sexta-feira, 7 de março de 2008

[os palhaços]

palhaçada!palhaçada em preto e vermelho.preto e vermelho que são meus e que lhe refletiu.ou que você roubou.palhaçada que você roubou e agora toma conta.acerta esse tom.zera essa reza.e tomara que venha aquele refrão.que sou palhaça e a tua palhaçada,do teu preto e vermelho que surrupiou.que parece mais com circo.com palhaços e malabares. e eu lembro de ter falado em malabares.e esqueci-me de pintar os olhos, mas quando pintei,não me furastes,não me invadistes.tirei a roupa pra ti,vestida como palhaça,do arrastão à mini-saia,do batom vermelho borrado no peito,que me despiu aos braços amarrados.e no final,que foi o final da minha apresentação pra cair na tentação,estive-me em pé com salto quinze e dezesseis anos de idade,com corpete preto a faltar os seios, e calcinha rendada preta ao sobrar de carne na bunda.
e eu era o pôr do sol,e eu era o nascer do sol, e foi também, em maioria os raios deste,que aos dezesseis anos perturbou mais do que acalentou. e desejou estar em cima,estar em baixo,estar sem roupa,estar em outros braços,na tua mira,estar nas melodias,na distância,nas cartas e no copo salgado,e nas lágrimas amargas.e estive como público pagão do teu circo.circo que eu armei,circo que eu paguei pra ver,circo que você jurou não mais abrir as tendas.e que em importa as tuas juras? o que me importa as tuas ruas, e tuas moças? dos tapas no banheiro,ao vômito que não me tirou o tesão,o circo foi armado e a palhaçada, ah! a palhaçada de ter-te em minhas mãos, a palhaça aqui sou eu,e eles a platéia. que não aplaudiram de pé, nem mortos.
e é loucura isso. é loucura achar qualquer coisa se te encontro caída em mesas de bar. e derruba meu ódio em mim mesma e ri, e ri como se não houvesse o por que das minhas rugas.
e agora aos dezessetes,ganhei a certeza de ser melhor aos dezesseis, por saber armas o circo com muito mais brilho e sorrisos a flor da pele. não é meu amor? eu ainda sei morder e beliscar,eu só esqueci os tapas na cara sem nem levantar o braço. eu esqueci dos gritos que ferem os tímpanos, e da cara de santa por cima,escrachadamente,por cima, da face de palhaça.não me esqueça não,que palhaçada de verdade a gente só tem uma vez na vida. eu quis brincar de ter ciúmes de você,e fingi,na hora ri,e fui embora.eu quem fui embora.não me esquece não,mas corre daqui,corre e morre longe daqui que eu não quero mais te ver.que eu não quero nem saber quem furou teus olhos.nem que horas são aí,nem que outra palhaça vai te comer,nem que outras pernas vais abrir.que de costas,que no chão,que de quatro,que de bebida,que de lágrimas e gargalhadas e palhaçada de verdade,só eu. [ ou deixa eu achar que sim] .
sai daqui. que a palhaçada tá só começando.
[à você do domingo ao meio dia nos cavalos.]

Um comentário:

tarsio vinicius disse...

...soleil...

eu achava que vc era a "equilibrista"...rsrsrsr