quarta-feira, 20 de agosto de 2008

(21/08/2010)

Acho que eu acredito mais em você do que em mim mesma.
É que tem sido difícil acreditar em alguma coisa, e dessa vez, é tão profundo que chega a ser superficial,
surreal.
Aí, então, eu pude perceber que você não perdeu as palavras, não perdeu as letras que eu perdi.
E foi ficando tudo tão vazio, tão rasteiro, e então, foi corroendo, corroendo a carcaça, deixando magro, mesmo com toda essa gordura que me rodeia, e rodeia, e rodeia tanto que chego a ficar tonta.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

paranóica

O que me faz suportar essa agonia,
é uma certeza ilusória,
de que você vai ficar pra sempre a me espiar pela janela.
Uma certeza enlouquecida de que teus olhos
vão pra sempre me guiar o caminho certo,
quando eu me perder pelos centros de uma cidade...
Pelos centros de mim mesma, ou de uma guria qualquer.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Que fiquem as cores!

Ela passou, passou por nós, e acho que dessa vez ela foi. 
Ela foi de verdade.
Meu bem, não faça disso dor em você mais do que o nosso amor.
E agora, meu bem, eu vou deixar passar, vou deixar passar com ela essa agonia.
Que se vá, e voe, e vá pra longe, 

Que a distância seja dona de um esquecimento surreal.
É tempo querida, o tempo, não o vento!

O tempo que leva as borboletas pra longe de nós, pra longe do nosso coração, 
E então, já não sentimos mais nada, só uma calmaria impensada, até sensata, enlouquecidamente sana e boba.
O tempo que age como louco, que age como se nada tivesse sido importante, 

Mas eu sei que não há tempo que tire a cor por completo de um coração, 
Se foi coração, se foi coração de verdade, vai ter sempre um vestígio.
Então, eu te peço, garota minha,me dê uma cor que não desbote!

Te imploro por uma cor que não desbote se um dia resolver deixar o tempo te levar.
Deixe meu coração colorido, deixe meu coração com cor (e dor) viva para todo sempre,

Pra que toda vez que doer, doer colorido, doer vivo!
Mas se você, pequena, resolver lutar contra o tempo, contra o vento, contra a chuva, o sol, e as borboletas, 

Então pinte meu coração todos os dias, com cores diferentes:
Hora com cores frias, hora com cores quentes.
Pinte rude, pinte suave, mas pinte-o a todo momento!
E deixa manchar o teu coração no meu, 

Deixa as cores se misturarem  até virarem imperceptíveis em suas origens.
E que assim faça-se o nosso mundo, de cores, pra ir, ou pra ficar.
Se for pra ir, que faça-se quadro intocável, dos mais belos e invejáveis.
Mas se for pra ficar, que seja delineado a cada manhã, retocado a cada noite, 

E que floreie nas tardes de verão.