quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

eu que não sou eu .

-Quero te ver hoje!
-Quer me ver?
-Sim , eu quero.
-Mas...
-Mas nada...preciso te ver!
-Você mal consegue olhar nos meus olhos!
-Não importa!
-Claro que importa!Eu não sou uma boneca...existe alguém aqui!
-E eu disse o contrário?
-Você entendeu , não distorça as coisas!
-Não estou distorcendo nada , você que sempre vê defeitos em mim!
-Me desculpa?
- ...

E a hipocresia não tem fim !
Minha hipocresia amarga e sistemática!
Eu queria tanto não dizer mais nada, eu queria tanto ser forte!
E você não vai entender, eu tenho que aceitar.. que você não vai compreender!
É só eu dizer adeus , e tudo volta a ser como antes...Eu não importo, por me importar demais!
Eu já não me importo!

Com licença.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Corra meu amor, corra!

Corra , meu amor, corra.
Que já não faz mais sentido esse desespero.
Corra, meu bem , corra.
que já não podemos guardar essa mágoa.
Eu sei , querida, que as coisas podem piorar,
Mas essa garrafa, e essa poltrona morta, não vão curar tuas feridas...
As lágrimas secas no fundo do copo , são só vestígios da podridão.
Eles já se foram...E agora, abra essa janela, deixe o sol te banhar...
Quando tudo parecer um caos,
Quando a dor parecer maior,
Quando as mãos já não conseguirem apertar a cabeça,
Corra,querida , corra como nunca!
E eu sei que não há saida,
Nem mesmo no fundo do amr,
Você não vai se livras das marcas,
Não assim...
E se as horas demorarem a passar,
E se os passaros lhe encomodarem,
E se a vista da janela lhe ofuscar,Se alguém lhe machucar,
Se acolha em mim,
Eu não vou lhe curar,
Mas posso me desesperar com você!
Lhe dar as mãos e correr, correr com você!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

[depois do telefonema]

eu que sempre tive tanto medo de ficar só so "quase", cá estou , sem um beijo ardente, sem um abraço apertado ,sem lágrimas cortantes de um amor impossível.Cá estou sem saber o que fazer, sem saber o que gritar , que horas gritar e pra quem gritar!
Cá estou respondendo com risadas a um telefonema sutil.cá estou falando com a minha namorada como se fosse meu amigo de bar.Cá estou sentanda na cama , parada , intacta, sem um calor avassalador...apenas esperando-a, apenas fazendo aquilo que eu acho o mais sensato!Sendo que sempre achei tão asqueroso a sensatez.
Meu amor está crescendo , e me consumindo,está se tornando meus olhos, meus pés,minhas mãos, atadas...
E eu achei que fosse paixão lá também, e eu achei que tivesse sorrisos lá também , cartas e planos pra um futuro.
E passei minhas madrugadas,minahs célebres ou inúteis madrugadas fazendo uma charada....E ela me chamou pra sair com os amigos dela,mesmo sabendo que isso me machucou uma vez.
Eu não me importo,afinal, ela nem sabe quem eu sou.Afinal , ela nunca me disse o que ela quer!
E eu disse que eu quero amar!
Abandonei meus medos,pra dar as mãos a ela...Por sorte ainda não flutuei, não tirei meus pés do chão.
Eu vou guardar minha charada, eu vou guardar no coração o que senti por ela,eu vou guardar na memória as risadas mais amáveis e confusas que já ouvi...E aí então , quando não mais restar amor, ou afeto algum eu guardarei todos os resquicios em mim! de nós , por mim !
Deixar passar, por que sempre passa...é só fechar os olhos e não pensar , e não sentir!

Obrigada por me mostrar que eu ainda sei amar, mas eu não quero mais brincar !

sábado, 22 de dezembro de 2007

trava

as pernas dormentes,
a mente nem tanto.
um dia foda,
a noite nem tanto.
tantas palavras esquecidas
tanto sentimento engolido a seco
e um resto , um resto de nada ,
acompanhando um sorriso atrapalhado,
jogado,pelos cantos da sala,
e presos à fumaças engolidas
a boca seca,faminta.
agonia presa ao ventre,
presa e lacrada.
o coração acelerou!
porra,acelerou tanto!
a risada me cegou,
minhas mãos tremulas e tão firmes,
a histeria amarga,antagonizando minha agonia célebre.
o que importa?
amanhã é só voltar a respirar.
e chacoalhar a cabeça,
os pensamentos vão tão longe,
e hoje meus olhos me ofuscam.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

do lado de lá?

"Eu queria ver no escuro do mundo, onde está tudo que você quer. Pra me transformar no que te agrada, no que me faça ver...Quais são as cores e as coisas pra te prender!"
Onde está esse amor tão incrível, que tanto leio?Onde estão os romances intermináveis?Cadê o momento da melodia perfeita?O olhar entorpecente.A boca ligeiramente aberta,sedenta,doce?
Onde está a magia desconcertante que tanto ouço falar?Aquela lágrima rolando na face, tão imersa...tão inerente, e as mãos, quase coladas,as mãos suaves,intactas?
Eu ainda sei fechar os olhos!Eu sorrio com eles fechados...e aí eu imagino o amor...esse aí , que ninguém me contou como é.Eu busco-o em algum lugar aqui dentro.Não há receita, não há expectativa. Mas eu sinto alguma coisa, boa,bonita,mágica.Talvez seja esse amor.Me vem a cabeça,olhos azuis...O mais belo par de olhos,enormes,límpidos e tão confusos!
Eu já não sinto nada!Meu corpo está adormecido...meu coração,tão vulgar!Minha libido , tão comum!E eu gosto , gosto muito , quando choro sozinha...quando as lágrimas não são propositais!quando sou sincera!Sinto até minha pele arrepiar!Elas são tão bonitas...
Elas são tão amáveis...

Que eu possa escorrer com elas.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

amarga borboleta

as cores flutuam por aqui,
e é tão belo este pesar...
as meninas continuam a bailar,
e é tão límpido este olhar...


as carmélias,
os lirios,
as rosas azuis,
todas a cantar.



Oh! minha borboleta,
trazeis me de volta a dor,
é que já não vivo mais,
que seja agora o meu agoro.



Diga-me solenemente,
que não há de ser somente,
que não ei-me de ser sozinha,
nesta vasta solidão.



as cores,
as dores,
os amores,
continuam a mentir.


as várzes,
as traças,
as marcas,
continuam a sorrir.


Oh! Minha borboleta!
Larguai-me em qualquer lugar,
Dexai-me traçar tuas lágrimas em meu rosto,
E elas que matem-me antes de te matar.



case comigo , linda solidão,

case-me agora vasta exaustão...

casai-me com a dor, casai-me com a discórdia,

e que possamos ser só, somente, uma...

Aqui, ali, em qualquer lugar



...é pra você,que me assusta!

sábado, 15 de dezembro de 2007

[ lágrimas amadoras ]

É , não há muito o que fazer aqui , e eu insisto que ainda há tanto.
E é essa dor que eu preciso sentir, e são essas lágrimas que eu preciso sentir rolar pelo meu rosto.
Sinto minha pele arrepiar, e ainda tenho em mim o teu olhar! Não olhe pra trás , nem ao menos fale comigo! Eu sei que preciso ficar aqui!Eu sei que preciso deixar passar! E a dor sempre passa, não é mesmo?!Oh, menina...somos tão diferentes nessa inusitada igualdade.Queria tanto ouvir palavras amáveis da tua boca...sabe aquelas de filme?
Queria ter te levado ás nuvens...mas não , você não poderia ir comigo!
Não se preocupe, minhas nádegas não ficaram marcadas,nem minha memória...Só fixou aquele olhar, aquele breve e límpido olhar de uma noite sem razão.
Tentei prolongar, você não entenderia, afinal, nem eu mesmo entendo.
Mas eu sinto, e sinto pulsar como se não houvesse nenhum empecilho. Sinto pulsar!

Sinto me embebedada de gozos superficiais....sinto-me entupida de um gosto amargo de sexo amador.
Não puna-me, não puna-se, não será sempre assim ...e não vai doer tanto!
Deixa-me beijar teu rosto...que minhas lágrimas tragam alguma paz!



[ para ti , para mim , de qualquer lugar ...]

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

são só mais alguns séculos...

trás de volta a minha certeza.
vem da brisa, trás a leveza.
me mostre aquilo que nunca pudemos ter,
me cante aquela canção que prometeu...
eu te sinto aqui ainda,
e quantos séculos vão precisar voar por nós pra eu esqueça?
o sorriso não abandona a face, as lágrimas são só contemplações.
não diga-me o que fazer , eu acreditei ter feito certo,
mesmo sabendo que viveria na ânsia de te reencontrar.
as cartas estão amarelando,
as lembranças aos poucos se apagam,
mas eu ainda sinto cheiro,
e posso reviver a angústia de te deixar.
eu ainda posso ver os olhos mais entorpecentes calar-me .
calar-me de forma mais vulgar!
teus gritos ainda são minha canção de ninar,
e tua covardia mascarada ainda me faz sorrir,
ainda me faz chorar.
eu vou ficar por aqui ,
eu vou ficar te esperando,
é que de noite, você vem me ver...
e contempla meus sonhos...
e me faz sorrir da forma mais verdadeira,
e me faz sentir o amor, que não acredito existir em outro ser.
venha quem vier, voe o que voar, tragam o que quiser,
te guardo aqui, te amargo aqui, de punhos cortados,
de olhos abertos, caída em meus braços,
dormindo em meu peito,
dizendo-me " vamos sair daqui ".

a dor não vai passar ,
a dor não vai morrer,
nunca mais matei-te aqui,
nunca mais caí em desgraças,
não sei mais o que é chorar...
estás aqui todos os dias,
e pra onde eu for sei que vais comigo.
eu vou sair daqui,
eu vou deixar esse lugar...
vou te deixar cair,
preciso voltar a chorar,
eu ainda me sinto criança ao teu lado,
eu ainda perco o rumo
eu ainda me perco em teus olhos.
deixa-me matar-te, eu preciso viver!

domingo, 9 de dezembro de 2007

musculo vazio!

Os olhos ardem e a garganta está arranhada.
Não tô muito afim de novidades, até que tá bom aqui.
Como diria o tio Camelo , esse sofá tá bom demais.
Falta uma boa melodia aqui , mas quem se importa? Eu ainda a escuto aqui, e é tão nítida essa sensação.
Sei que você não vai voltar, e talvez você nem exista mesmo. Tudo bem , eu agradeço sua passagem por aqui , me fez lembrar os velhos tempos. É que os novos tempos tem me posto em um posto inadequadamente satisfatório.
Sai dessa fossa. É que ela não vai voltar pedindo perdão , e teu olhar está mais perdido que minha conveniência.
"Você não sabe quem eu sou ". Pode ressoar!Pode retocar! repelir! retrucar! reatar!
Não há salvação guria, minha mente amorteceu meu coração.
Ela não vai voltar! Nem pra mim , nem pra você.
Então oh, acende um cigarro e cala essa boca , enquanto eu tomo a minha 'com limão.
Deixa pra lá! Faça-me o favor!
Deixa essa risada gostosa durar e perdurar...Deixa esse olhar ridículo amargar sua tarde.
Eu vou deixar, eu vou deixar você!
Vamos voar!
Vamos cair de cara no chão. As cartas na mesa. As incertezas no chão. Um beijo antiquado e uma porção de sabedoria de bar!
Uma grande pitada de fingimento, pra sua sabedoria de bar!

Deixa eu te beijar. E só beijar.
É que não temos nada a esperar, nem a nós mesmas.

[ deixa acabar, e só acabar...]

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

[ lá que nem é tão assim ]

Quem é você?
Meu Deus, quem é você?
Eu me assustei...eu juro que me assustei ...
Ou será que foi só mais uma das minhas crises falsas de insegurança?
Sou verdadeiramente feita de mentiras ! Oh! E me sinto tão inteira.
Ou inteiramente corroída..
Ah! deixa pra lá...você não vê mesmo.
Afinal ninguém vê. Ninguém vê que minhas verdades são seleções...Honestas colheitas!
Quem é você?
Eu não te comovi , não é mesmo? Eu não te fiz sentir-se mais em mim do que em você mesma, não é?
Faz tanto tempo ... tantos séculos que eu não sinto aquele amor ... aquele lá que eu sei que existe...aquele que me engana, que engana minhas mentiras...que engana meus olhos.


"não vai sem mim , fica por aqui , seja como for , seja até o fim.
 não vem dizer , tem que ser assim , vem recomeçar, eu vou desistir"

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

carta.

É, eu sei que ás vezes a gente faz besteiras...
E elas doem mais do que a gente esperava.
Sabe aquela coisa de vontades, desejos, e "independência sentimental"?
Isso tudo, faz com que perdamos a cabeça às vezes , não é mesmo?
Eu sei que está doendo, e por incrível que pareça, tá doendo aqui também ...
E não é por "eles", é por você, guria!
É que em tão pouco tempo eu me apeguei muito a você, e hoje, mais exatamente agora, eu percebo que você está aqui mais do que o esperado...Hoje eu sei , que te sinto minha amiga...
Amiga de verdade , sabe?! Não aquelas que a gente chama de amiga , mas o tempo leva embora com as risadas....
Não! Estou falado daquelas amizades que nos faz chorar quando a dor tem início lá!
Estou falando daquelas amizades que quando a gente menos espera já se sente pai ou mãe da outra pessoa... e as vezes do nada, se sente irmão , ou irmã, e mais do nada ainda , se sente só amiga...
E eu sei , amiga, que as vezes, dá vontade de morrer, e de afogar a cara no travesseiro pra ver se ele leva embora todas as nossas besteiras...
Eu sei que quando a gente menos espera, a cabeça, ou a falta dela, machuca o coração....principalmente quando sabemos que aquilo não é nosso , quando sabemos que não é natural fazermos aquilo....
Mas, o tempo leva embora as besteiras, junto com as lágrimas...
Segura a minha mão, eu vou apertar forte a sua , até que essa agonia passe...
E não importa a besteira...aqui, você vai poder sempre apertar alguém...
Aqui você vai poder falar qualquer besteira, chorar e gritar!
é que as vezes...uma boa amizade acalma o coração!

E o coração aqui , tá com você aí!

[ eu não consigo....

A festa acabou...
Está mesmo na hora de escolher quem eu sou?
Minha memória não esquece...
E minhas pernas ainda tremem.
Eu sei que aquelas mãos ainda me preenchem...
E mais do que isso, eu ainda escuto os meus gemídos,
Abafados,escondidos de mim mesma...
E ainda sinto o frio no estômago e a respiração afobada,
São rumores,nada mais que rumores!
Mas é esse o alucinógeno perfeito.
A mistura perfeita, pra uma noite de "blackmetal",ou"punkmetal"
Ou o caralho a quatro.
São quatro mãos,quatro pés,três corações, apagados...
Três corações mortos.
Três luzes acesas,um pouco abaixo do estômago.
Um pouco abaixo da vergonha ....
Não importa, eu sinto meu ventre pulsar,
E eu não tenho vergonha,
Eu não tenho limites,
Eu tenho desejos!