segunda-feira, 27 de abril de 2009

la. rosa

uma bela flor brotará de algum lugar
e não dará mais tanto medo dormir sozinha,
e nem a saudade vai apertar tanto assim.

eu sei, que ela brotará e me fará sorrir,
assim, em noites desconhecidas, como esta.
numa segunda-feira com aparencia vazia.

não me importara tua cor, vai reluzir.
não me perguntará minha cor, vai corar.
ao me ver, pintará as paredes do meu quarto.

uma bela rosa vermelha, ou azul.
uma rosa com gosto de gente,
com cheiro de flor.

talvez, ela já esteja lá...
mas eu espero todas as noites
vê-la brotar.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

gentil [mente]

quando seu sorriso fixou em meus olhos
quase que acreditei em meus sonhos
quase que lhe dei meu corpo
quase joguei fora meus monstros
dei-lhe sim minha paciencia meus medos minha solidão efusiva
buscando uma solução falsa e tranquila pra tua infantilidade insegura
controlei meus horario para que coubecem nos teus
mas os teus são tão pequenos e os meus tão infinitos
lhe contei sobre minha paixão pelo horizonte desta cidade
quase mato-me inteira para preservar tua metade

e, ah...

de que valeu isso tudo, senão para devolver os meus medos, assustar os meus monstros, invadir meus pulmões e bombear o meus sangue com a velocidade de uma montanha-russa?

...

Abriste a porta para mim e me trancaste do lado de fora.
Essa loucura da manhã
Que entorpece, como os vestígios curtidos da noite anterior
A manhã é sempre maior
E manhãs assim gradiosamente posteriores
Claramente nubladas,assombradas pela noite
Ressaca; Sem doses
Ressaca; Falsamente ingênuas
Minha festa infantil,nociva.
Essse cheiro da manhã,esse gosto na boca, por trás do creme dental
Esse gosto nauseante, de um coração acelerado
E os olhos inchados,trincados, que só adormecem pelo corpo inundado, que implorava por um desmaio.
Eu bebi demais,caro amigo, bebi demais dessa tua saliva destilada.
Me doeu a cabeça, e o mundo girou aos meus pés.
Sim! Eu tenho certeza,estive embriagada!
É que, apenas, bebi demais...
E o sol da manhã trouxe a ressaca,
Que a lua guardou, se inchou,e ficou tão grande e bela...
noite passada.

sábado, 4 de abril de 2009

declarações às 4 da manhã

sair de casa, não é só sair de casa.
é lembrar de casa como qualquer lugar que você fica muito tempo sem ver.
é olhar para as novas paredes, para o novo piso, e a nova mobilia e fingir todos os dias que eles são parte de você.
é dizer toda manhã que aquele sol é exatamente igual ao sol que te acordava toda manhã na cidade da garoa.
olhar para a avenida sete de setembro, e garantir que é mais bela que a avenida paulista.
não, eu não tenho certeza de todas essas certezas que eu venho me obrigando a sentir, a saudades me dói, como dói um beliscão inacabado.
dói mais ainda a saudades das coisas novas, das coisas que acontecem sem mim...e não, eu não tenho certeza dessa certeza que tenho colocado no meu olhar, no meu andar...
eu sinto medo desse lugar novo, que é meu, eu sei , só meu, e isso sim me assusta...e me maravilha!
eu sinto saudades dos meus irmão, como eu nunca senti antes, eu tenho medo de falar com meus pais no telefone,eu evito lembrar do cheiro da minha casa todos os dias.
Não, eu não lembro de nada, eu não posso lembrar de nada...eu ainda não consigo!
E eu sinto falta dos meus amigos, e eu tenho cada vez mais certeza do quanto eu os amo, eu amo todos como eu jamais imaginei que eu pudesse amar.
eu amo minha família, e minha vida.
e amo saber que eu tenho força o suficiente pra estar aqui, pra crescer aqui.e claro que está sendo dificil, mas eu luto todos os dias por um pedacinho disso aqui dentro de mim, pra amar cada passo que eu dou aqui.
por isso, eu tenho sido meio fria com o lado de lá, por que se por algum momento eu lembrar o quanto eu sinto falta da minha vida metropolitana, eu acho que piro.
eu amo tanto vocês.