sábado, 4 de abril de 2009

declarações às 4 da manhã

sair de casa, não é só sair de casa.
é lembrar de casa como qualquer lugar que você fica muito tempo sem ver.
é olhar para as novas paredes, para o novo piso, e a nova mobilia e fingir todos os dias que eles são parte de você.
é dizer toda manhã que aquele sol é exatamente igual ao sol que te acordava toda manhã na cidade da garoa.
olhar para a avenida sete de setembro, e garantir que é mais bela que a avenida paulista.
não, eu não tenho certeza de todas essas certezas que eu venho me obrigando a sentir, a saudades me dói, como dói um beliscão inacabado.
dói mais ainda a saudades das coisas novas, das coisas que acontecem sem mim...e não, eu não tenho certeza dessa certeza que tenho colocado no meu olhar, no meu andar...
eu sinto medo desse lugar novo, que é meu, eu sei , só meu, e isso sim me assusta...e me maravilha!
eu sinto saudades dos meus irmão, como eu nunca senti antes, eu tenho medo de falar com meus pais no telefone,eu evito lembrar do cheiro da minha casa todos os dias.
Não, eu não lembro de nada, eu não posso lembrar de nada...eu ainda não consigo!
E eu sinto falta dos meus amigos, e eu tenho cada vez mais certeza do quanto eu os amo, eu amo todos como eu jamais imaginei que eu pudesse amar.
eu amo minha família, e minha vida.
e amo saber que eu tenho força o suficiente pra estar aqui, pra crescer aqui.e claro que está sendo dificil, mas eu luto todos os dias por um pedacinho disso aqui dentro de mim, pra amar cada passo que eu dou aqui.
por isso, eu tenho sido meio fria com o lado de lá, por que se por algum momento eu lembrar o quanto eu sinto falta da minha vida metropolitana, eu acho que piro.
eu amo tanto vocês.

Um comentário:

[solilóquio camiphili] disse...

agora quando penso em você, de repente me pego pensando em eu mesma...

é bom, é bom reabrir os olhos.

http://enfimsoliloquio.blogspot.com/2008/07/voc-01.html

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