quinta-feira, 29 de outubro de 2009

aos desencontros .

Hei! Será que você consegue ver que o que importa nesse mundo é o amor

E que todo o resto é loucura do percurso?

Será que você vai conseguir entender o quanto sou recheada de amor incondicional por esse mundo de cá, e pelo mundo de lá?

Você nem ao menos conhece as ruas pelas quais eu caminhei, nem as vezes que eu sentei sozinha nas calçadas de uma cidade perdida no mundo pra poder olhar as nuvens gordinhas.

Nunca te contei das vezes que eu perdi pessoas que eu amava, nem das vezes que eu chorei por rever os amigos, ou por ter medo do escuro.

Hei menina, não é assim, a gente não pode brincar assim. Porque uma hora a gente percebe que o céu não acaba no azul que podemos ver, e que as nuvens não são de algodão, e que o coração de uma garota vai ser sempre de cristal.

E tudo continua assim, como na Av. Paulista, as pessoas passam e elas nunca têm nome, elas nunca têm nada além de uma roupa, uma cara medíocre ou simpática.

E vai ficando no disse-e-não-disse, e tudo que vemos são máscaras, e julgamos nada mais, nada menos, que máscaras.

Já te contei das maldades que fiz? Dos apelidos que já coloquei em alguma colega de colégio?

Já lhe mostrei meus poemas, e o quanto eu gosto de arte?

Ah, menina, já me viu em cima de um palco italiano, com os olhos em chamas?

Chamam-me por todos os lados, chamam-me de nomes bonitos, e gostam do meu coração em cena.

Contei-lhe, alguma vez, sobre meus ideais utópicos, sobre minha militância fora de hora, sobre meu senso exagerado de justiça? Ou ao menos, assistimos um filme de amor, ou de comédia, juntas, e eu roubei toda a sua pipoca fazendo cara de “não fui eu!” ?

Seja então, da forma mais terrível do meu ser, já me viu de TPM, gritando por todos os cantos, e chorando porque não querem me ajudar a lavar a louça?

Não.

E tudo que vistes fica nos três pontinhos dentro de colchetes, que não representam um terço do que eu sou.

[...]

Eu só queria que tivesse visto tudo isso antes de qualquer coisa fazer um sentido distorcido pela imaginação.

Quem sabe um dia isso tudo faça mais sentido do que está fazendo hoje, e as peças possam se unir e o amor ser mais importante que qualquer dor, que qualquer julgamento.

Nenhum comentário: