sábado, 16 de março de 2013

Há quanto tempo eu já não permito que as palavras se desenhem tranquilamente pelo papel, ou até mesmo pelos ares? Há quanto tempo eu tenho medo de ouvir a minha voz, o meu apelo?
Como eu não percebi antes o meu ato de traição?
Quantas vezes eu troquei as palavras, as letras e os pontos?
Quantas vezes eu escondi a caneta e o papel?
Ah meu Deus, eu tive tanto medo de me tocar,de me sentir, na aspereza repugnante da qual eu me encontrava, no vazio sistemático, nas inúmeras paixões platônicas !
Eu desejei com todas as forças que você me estendesse a mão, para que eu pudesse tritura-la, esmagá-la, e enfim, traze-la pra mim.
Eu tive tanta certeza de que te teria comigo, que mal pude perceber o que estava te oferecendo!
Tua voz ainda sopra em meus ouvidos , e eu ainda sinto vontade de chorar quando lembro da doçura dos teus lábios. Foi urgência! Uma urgência abafada, corrompida !

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