Eu sinto medo desse encanto, eu sinto medo do meu coração acelerado e pedindo socorro enquanto eu mergulho no oceano profundo que seus olhos abrigam.
E como respirar embaixo d'água, querida?
Eu engulo todas as suas aflições, que se misturam com as minhas, e é tão difícil me mover!
Esqueço meu corpo, meu copo meio vazio, meus pés encharcados dentro do sapato, esqueço meu mundo caótico e minhas procuras incessantes, não há nada que eu precise que não esteja conosco, dentro de cada uma de nós, nesse momento.
Eu não quero ver as horas, me bastam os pingos dá chuva que caem nos telhados, nos carros e nas costas cansadas das pessoas, elas tiquetaqueiam no tempo exato, na inexatidão que nossos ombros tensos precisam pra relaxar!
O meu medo é em aceitar que eu ainda sou aquela menina de treze anos, com o olhar perdido e o andar torto, mas com alguns calejos e cicatrizes pelo corpo. Eu ainda sei amar com a pureza e o fugor da menina de treze anos, que, sim,amou!
Deixe as linhas de nossas mãos se cruzarem, meu bem. Deixe que elas dancem no escuro fascinante que é o próximo segundo
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