terça-feira, 18 de dezembro de 2007

amarga borboleta

as cores flutuam por aqui,
e é tão belo este pesar...
as meninas continuam a bailar,
e é tão límpido este olhar...


as carmélias,
os lirios,
as rosas azuis,
todas a cantar.



Oh! minha borboleta,
trazeis me de volta a dor,
é que já não vivo mais,
que seja agora o meu agoro.



Diga-me solenemente,
que não há de ser somente,
que não ei-me de ser sozinha,
nesta vasta solidão.



as cores,
as dores,
os amores,
continuam a mentir.


as várzes,
as traças,
as marcas,
continuam a sorrir.


Oh! Minha borboleta!
Larguai-me em qualquer lugar,
Dexai-me traçar tuas lágrimas em meu rosto,
E elas que matem-me antes de te matar.



case comigo , linda solidão,

case-me agora vasta exaustão...

casai-me com a dor, casai-me com a discórdia,

e que possamos ser só, somente, uma...

Aqui, ali, em qualquer lugar



...é pra você,que me assusta!

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