[ de olhos fechados ]

Não são os círculos, meu amor...São os nós, os embaraços dos fios entrelaçados.
Não é a 'pré-fabricação', é o medo do espontâneo,querida.
Não são as palavras e as frases clichês, e sim a falta que elas podem fazer.
Será que você não vê? Ah querida ' Não se iluda assim!Oh!Não!'...
Nunca foi tão claro o embaraço que as lembranças podem fazer na mente de alguém...e o medo de lembra mais e mais, e o medo de ter a certeza de não ser clichê, de não ser batido, de não ser comum...Será que você não vê, meu amor?!O medo está no medo de não ser banal!
E você sabe, que fingir é tão mais bonito...mas a gente conhece muito bem as estratégias, os caminhos e os atalhos, a gente bem sabe onde tudo vai dar fim se não fecharmos os olhos!Caramba, será que você não vê?Ainda acha que tem chances de me fazer fechar os olhos? Não é brincadeira amor meu, não é tiração de sarro, não é aposta e nem briga de poder,é assim que eu sei fazer, é assim que eu sei gritar, e nessa loucura incessante que eu demostro o quanto amo...e se sou maluca, e perturbada, não espere que eu grite pra sair de perto de mim. Me acolhe no grito, amor! Que falta pouco pra doideira tomar conta de mim, e a vida tem perdido o sentido,por fazer sentido demais...e pouco me importa rótulos, e termologias, pouco me importa essa cambada de gente, e essa gente falando de gente, e ferindo gente...eu estou me perdendo na minha insanidade, no meu infinito, no meu mundo...e o pior : eu estou lúcida! completamente lúcida! Não! Eu não quero estar!
Eu não quero ficar!
Eu quero ir!
Quero muito ir!
Será que você não vê?