terça-feira, 23 de setembro de 2008

O pássaro e a flor

"Era um dia sombrio
Quando um pássaro erradio
Veio para num jardim.
Aí fitando uma "Rosa",
Sua voz triste e saudosa,
Pôs-se a improvisar assim.

Ó Rosa, ó Rosa bonita !
Ó Sultana favorita
Deste serralho de azul:
Flor que vives num palácio,
Como as princesas de Lácio,
Como as filhas de Istambul.

Como és feliz ! Quanto eu dera
Pela eterna primavera
Que o teu castelo contém...
Sob o cristal abrigada.
Tu nem sentes a geada
Que passa raivosa além.

Junto às estátuas de pedra
Tua vida cresce, medra..."

Castro Alves, por Madrinha.

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