sábado, 16 de abril de 2016

Você sabe que ela vai voltar e preterir e destruir tudo a nossa volta. Pé por pé, sorrateiramente. E os cacos voam para o teto, tem a ver com aquela cadeira que você não quebrou nas costas dele, e com aquele amor que queimou você por dentro e você deixou.se incendiar como uma labareda que ilumina um vilarejo inteiro. Você iluminou tudo aqui e agora não sabemos viver na escuridão mesmo sabendo que na escuridão eu ouço melhor todos os meus ruídos e os gritos  abafados no peito. Agora eu te escrevo com o cigarro entre os  dedos da mão esquerda e lsd na cabeça. Essa cabeça sozinha, delicada e tão perturbada que você insistia em ninar. Eu não consigo gostar do odor da nicotina mas é só e tanta solidão que me enviou nessa carta de ausência e silêncio.
O tempo está se perdendo no meu coração e ela chegou e parou os ponteiros do relógio, agora eles vão n ritmo único rumo a lugar nenhum. Eu não quero rotas e destinos, não me agrada o pes cansados de tanto te procurar, já me basta a cabeça que não para de girar. Eu sinto amor no chá de gengibre com canela, no canteiro de plantinhas que n existe ainda, nas luzes coloridas que ecoam no teto da sala, a sala que é a minha casa e a dela, a casa que sou eu e que é ela.
Na loucura que a gente compartilha e corrompe e traz pra dentro de toda a nossa imensidão. Eu descobri um mundo sem você e sou um desabrochar constante de inconstâncias e insanidades. Eu quero assim. Eu quero assassinar minha etiqueta, meus pesares, já me basta meu peso e medidas.
Eu sou sólida, líquida e escorro pelo gozo entre minhas pernas peludas. E os pelos me acalmam, me aquecem e me  mantém intacta, contactada comigo e com elas.
A casa que é minha, que é dela, e que agora é brisa calma, é mansidão e emancipação das nossas tragédias.

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